Começámos pelo joelho e algumas semanas depois estendemos a cirurgia assistida por robótica à anca. O Centro Cirúrgico de Coimbra foi pioneiro a executar esta evolução natural

Os cirurgiões ortopédicos e os doentes depressa perceberam as mais-valias e a segurança que a cirurgia assistida por robótica trouxe para a ortopedia e, depois da primeira dezena de intervenções ao joelho, fizemos agora a primeira intervenção para substituição da articulação da anca. É inédito em Portugal, mas o investimento em novas tecnologias tem permitido que os nossos especialistas percorram este caminho de evolução natural.

A substituição (total ou parcial) da articulação da anca ou do joelho tem sido uma necessidade em crescendo, seja por desgaste das articulações, seja por fratura, é este tipo de intervenção que a robotização veio simplificar, permitindo mais segurança, mas também uma adaptação “natural” ao material implantado. E isto acontece porque a tecnologia evoluiu e a precisão milimétrica deixou de ser uma equação.

Tudo começa na consulta de preparação da cirurgia programada. A partir desse momento, começa todo o trabalho de planeamento e preparação. O doente terá de fazer uma TAC que vai guiar toda a atuação cirúrgica, ao permitir criar o modelo 3D da articulação que será substituída, das articulações adjacentes e de como se planeia intervir. Toda a atuação será personalizada em função das centenas de imagens que são obtidas nessa TAC, um exame que permite diferentes achados e ver/registar informações que uma simples radiografia não alcança. As decisões para recuperar a tipologia biométrica que a pessoa tinha antes da doença, são assim devidamente fundamentadas.

No decorrer da intervenção esta informação será gerida pelo médico ortopedista, que irá ajustar o posicionamento e a atuação do braço robótico. No caso da anca, as vantagens da assistência robótica incluem uma melhor função biomecânica, mas também menos erros de dismetria (perna mais curta), poupança de osso e menor taxa de luxação. O estudo preparatório inclui uma avaliação dinâmica da báscula da bacia, entre a posição de sentado e em pé. Isto permite a antecipação do correto posicionamento dos componentes para cada doente, mas também a escolha do tipo de implante mais adequado.

O reforço da segurança é garantido, tal como uma redução do tempo de internamento e uma mais rápida recuperação.

Pedro Marques e António Figueiredo foram os cirurgiões responsáveis por esta primeira cirurgia robotizada da anca em Portugal, realizada ontem, no Centro Cirúrgico de Coimbra.

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