Há um erro na formação da imagem. A visão surge desfocada e sem nitidez. Óculos e lentes de contacto corrigem o defeito e a imagem passa a ser focada no sítio certo. A cirurgia com laser molda as imperfeições da córnea, corrigindo o erro refrativo

 A estrutura do olho é diferente, tem defeitos. O olho é mais curto ou mais longo e a córnea é mais plana ou mais curva. É esta alteração que provoca o chamado erro de refração. A imagem não é focada no sítio certo, proporcionando uma baixa visão sempre proporcional à gravidade do problema. Uma baixa visão que pode ocorrer na miopia, hipermetropia e/ou astigmatismo.

As lentes (em óculos ou de contacto) são prescritas para repor o erro de focagem e acabam por se tornar indispensáveis. A cirurgia refrativa é a terceira alternativa.

A córnea pode ser esculpida para ganhar os contornos desejáveis e o laser ajuda a talhar estas alterações de curvatura.

No caso da miopia, a dificuldade em ver ao longe surge porque o globo ocular é muito comprido e/ou a córnea é mais curva do que o normal. O laser irá alterar está forma. Na hipermetropia acontece o inverso. Os olhos são mais curtos do que o normal e a córnea é mais plana, dificultando a visão ao longe e ao perto. Já no astigmatismo, a deformidade na curvatura da córnea vai provocar erros refrativos na visão ao perto e ao longe.

Esta é uma cirurgia sem bisturi, uma vez que o laser ocupa esse lugar de abrir caminho entre os tecidos e de dar um novo contorno à estrutura da córnea que se pretende corrigir. A técnica cirúrgica LASIK recorre à ajuda do laser femtosegundo para a obtenção do chamado flap, uma fina placa de tecido da córnea, que antes era obtida por lâmina de corte e que hoje se consegue sem que seja necessária uma incisão. A separação de tecidos é feita por bolhas de CO2 (dióxido de carbono) que são criadas pelo laser femtosegundo. A correção do erro refrativo é feita na camada intermédia da córnea, preservando-se a camada externa, que é recolocada novamente no final da cirurgia.

Basicamente, abre-se uma fina “tampa” com a ajuda de um laser para entrar na estrutura da córnea e é nessa camada mais interna que outro laser atua para corrigir os erros refrativos. No final, a “tampa” volta a ser fechada e o CO2, usado para afastar os tecidos ou para criar a entrada, é absorvido pelo organismo em 24 horas.

Toda a atuação e as incisões feitas com o laser são previamente programadas num computador. Como os defeitos de cada olho são únicos e nunca são todos iguais, o trabalho a realizar é calculado antecipadamente, o que explica o rótulo de cirurgia personalizada que é colocado muitas vezes neste tipo de cirurgia refrativa.

Antes de qualquer cirurgia refrativa, é necessário ter a certeza de que não existe qualquer tipo de contra indicação, sendo necessário um estudo pormenorizado da córnea, que deve incluir a avaliação do grau e tipo de erro refrativo, mas também a espessura da córnea e o mapa de relevo da córnea (topografia corneana).

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