Um descolamento de vítreo é, à partida, uma situação benigna. A neuro adaptação irá facilitar a qualidade da visão e só em casos muito específicos é que o cirurgião recomenda uma vitrectomia.
Só damos conta que existe quando causa algum transtorno e, nas pessoas com mais de 65 anos, isso pode mesmo acontecer. Nessa idade, mais de metade da população pode apresentar queixas que preenchem um diagnóstico de descolamento de vítreo. As chamadas moscas volantes irritantes ou sombras móveis podem ser isso mesmo. À partida, a situação é benigna e inofensiva, uma vez que o descolamento do vítreo é um processo natural, próprio do envelhecimento.
A explicação é fisiológica, porque o vítreo, uma espécie de gel que preenche o interior do olho humano e que existe para proporcionar um efeito de amortecedor, também sofre um processo de envelhecimento e as suas particularidades alteram-se, começando a ficar liquefeito. É esta desorganização que leva ao aparecimento das moscas volantes e de queixas na qualidade da visão.
Normalmente, esta é uma situação benigna e a visão sofrerá um processo de neuro adaptação e, com o tempo, as moscas volantes poderão diminuir em número e sair do campo visual. Contudo, um descolamento de vítreo também pode exigir alguns cuidados e vigilância. Cabe ao oftalmologista avaliar a situação e fornecer o diagnóstico correto. Isto porque, ao descolar, as finas fibras que existem no vítreo e que estão ligadas à superfície da retina, podem puxar excessivamente, acabando por causar rasgos na periferia da retina, uma situação que pode culminar com um descolamento de retina. Neste caso, poderá ser necessária uma intervenção cirúrgica urgente, aquilo que se designa por vitrectomia, que irá remover o vítreo, substituindo este gel natural por uma solução liquida, com uma composição muito idêntica ao humor aquoso. Basicamente, uma composição de água e alguns sais minerais. O olho humano tem a capacidade de, por si só, produzir humor aquoso, a substância que é essencial e indispensável para manter a pressão ocular e para sustentar a retina.
Se não existirem alterações ou doenças associadas, o descolamento de vítreo por si só não justifica seguir uma opção cirúrgica. Em princípio, a situação é benigna e a maior parte das pessoas não tem qualquer tipo de restrição para as atividades diárias.
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Tive descolamento de vítreo, com rompimento de vasos e hemorragia para dentro do vítreo. Flashes, rompimento de retina. Primeiro num olho. Fiz laser na zona e depois porque a retina continou a romper, e se verificou que o mesmo se passava no outro olho, laser a toda a volta.
ReplyAgora voltei a descolar mais o vitreo do segundo olho, mais uma vez com uma pequena hemorragia. Desta vez a retina apesar de ter visto flashes não rompeu devido a já estar segura preventivamente pelo tratamento a laser.
A equipa médica que me tratou não colocou a hipótese de retirar o vítreo e parece-me que considera que não se pode ou deve fazer mais nada.
À partida parece-vos correto? Ou aconselhariam a ser confirmado por outros especialistas, pedir outras opiniões?
Bom dia Ana,
De acordo com a informação que nos passou, aconselho-a a ser observada por um dos nossos médicos especialistas.
Caso tenha interesse, pode marcar consulta através do nr. 239 802 700 ou pelo email consultas@ccci.pt.
Muito obrigado.
ReplyMeu irmão fez a cirurgia de vitrectomia há 2 dias, o motivo da cirurgia foi por moscas volantes. Ele está desesperado porque não está enxergando, somente uma bolha amarela nos campos de visão em baixo e em cima. Quanto tempo em média demora para enxergar?
ReplyEm resposta às questões que nos envia, explicamos que tudo depende da técnica utilizada. Ou seja, o cirurgião pode escolher entre utilizar gás ou ar. Sugerimos que consulte o seu médico oftalmologista.
ReplyBoa tarde,
Tenho 38 anos e em janeiro de 2017 tive um rasgo na retina do olho esquerdo, que foi tratado a laser. Em abril de 2018 tive uma microrotura no olho direito que foi tratado a laser mas desta vez foi utilizado laser a 360 com baixa intensidade como medida profilatica. Tenho moscas volantes, sendo mais notórias no olho esquerdo. Das duas vezes, nos primeiros meses, piorei a minha visao e so aumentando a graduacao em 0,50 e que me sentia melhor, sendo que, após este período já parecia demasiado. Estou muito preocupado e gostaria de saber a v opiniao acerca do laser 360 e que solucoes posso ter de futuro
Obrigado
ReplyA alta miopia é uma situação que, por si própria, exige maior vigilância. As moscas volantes que refere podem ter origem no descolamento de vítreo e chamamos a sua atenção para o facto de, se entre os sintomas, vir luzes, flashes ou relâmpagos deve ser observado com alguma urgência. Para o futuro e sem uma observação em consulta, apenas sugerimos que esteja atento a qualquer alteração significativa e que faça uma vigilância periódica. Quanto à intervenção por laser 360, não fazemos por opção.
ReplyOlá boa tarde. Tenho 31 anos e sempre tive as chamadas moscas volantes nos dois olhos. Fiz tratamento a laser em adolescente. Não desapareceram e continuam a ser bastante incómodas. Gostaría se saber a vossa opinião acerca de uma segunda intervenção a laser e se é segura. Obrigada.
ReplyBoa tarde Inês, o laser não é utilizado para tratar moscas volantes, por isso não percebemos a afirmação que faz, tal como também não é comum ter moscas volantes na adolescência. Admitimos que poderá ter tido um descolamento de vítreo, o que terá causado as moscas volantes. Contudo, a melhor sugestão que lhe podemos dar é que faça uma consulta de avaliação (com oftalmologista especialista em retina), para melhor perceber qual a sua situação e as eventuais soluções. Caso queira agendar uma consulta comum dos nossos profissionais deve telefonar para 239 802701/2.
ReplyVitrectomia para moscas volantes é aconselhável? Consequências?
ReplyBoa tarde, como qualquer cirurgia, a vitrectomia também tem riscos (e custos elevados), pelo que devem ser muito bem ponderados os benefícios e a necessidade. Normalmente, esta intervenção não é realizada para casos de moscas volantes. Com o tempo, existe a tendência para as moscas volantes se deslocarem para a periferia e o cérebro adapta-se a essa situação “eliminando” essa interferência na visão. Só em casos muito graves é que a vitrectomia pode ser considerada como uma solução.
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