Duplica a intensidade do campo magnético e por isso se chama 3 Tesla, abrindo um novo horizonte no domínio da imagem médica. A nova ressonância magnética é o mais recente avanço tecnológico e chega agora ao Centro Cirúrgico de Coimbra. Explicamos tudo

A Ressonância Magnética (RM) veio revolucionar a imagem médica, proporcionando imagens de elevada qualidade dos tecidos corporais, sem a utilização de radiações ionizantes. Hoje em dia é a técnica de escolha para avaliação de estruturas como o cérebro, a medula, o sistema músculo-esquelético, o fígado, as estruturas vasculares e a região pélvica.

O Centro Cirúrgico de Coimbra deu mais um passo para proporcionar os melhores cuidados de saúde, substituindo o atual equipamento de Ressonância Magnética 1,5 Tesla por um tecnologicamente mais avançado, 3Tesla. Este equipamento é uma mais-valia, dotado dos mais recentes avanços tecnológicos que possibilitam a obtenção de imagens com maior rapidez e melhor resolução. 

Qual é o significado de “Tesla?”

O termo Tesla é a unidade de medida usada para descrever a força do campo magnético, em homenagem ao inventor Nikola Tesla que descobriu e patenteou o campo magnético rotativo. Para o uso clínico, os equipamentos de RM variam habitualmente entre 1 e 3 Tesla, sendo o 3 Tesla o de mais alto campo.

Vantagens de ter mais Tesla:

O equipamento 3 Tesla proporciona uma melhor relação sinal-ruído o que, por sua vez, permite melhorar a resolução espacial.

Existe diferença na qualidade diagnóstica?

O equipamento 3T fornece imagens de elevada resolução, melhorando a capacidade diagnóstica da Ressonância Magnética e proporcionando informação de elevada qualidade para a planificação terapêutica e seguimento de patologias do sistema nervoso central e do corpo.

Rapidez e comodidade

O equipamento 3 Tesla tem um arco maior e apresenta tempos de aquisição mais rápidos e com menos ruído, diminuindo consideravelmente o tempo do exame e proporcionando maior conforto ao utente. É dotado de tecnologia avançada – incluindo inteligência artificial que permite reduzir o tempo do exame.

Qualidade da informação prestada

A Ressonância Magnética 3Tesla permite aumentar a acuidade diagnóstica em várias áreas:

Neurologia e neurocirurgia – Fornece informação estrutural e funcional de elevada qualidade, essencial para um diagnóstico precoce, planificação terapêutica e seguimento das várias patologias do sistema nervoso central, incluindo lesões tumorais, epilepsia, Esclerose Múltipla e doenças neurodegenerativas como a doença de Alzheimer e o Parkinson.

Ortopedia – Proporciona imagens de alta qualidade para avaliação das lesões músculo-esqueléticas e da cartilagem articular, entre outras.

Vascular – Permite a obtenção não invasiva de estudos angiográficos com elevada definição anatómica das artérias e veias da cabeça, pescoço e corpo.

Oncologia – Proporciona imagens de elevada resolução das lesões tumorais e do tecido adjacente, fornecendo informações relevantes para a decisão e planificação da terapêutica e posterior seguimento, sendo uma mais-valia para a deteção precoce e planificação terapêutica de lesões tumorais, como por exemplo o tumor da mama ou da próstata em fase inicial. No caso da mama foi adquirida uma bobina que permitirá efetuar biópsias dirigidas por Ressonância Magnética, o que reforça a capacidade diagnóstica nesta área. Proporciona ainda técnicas avançadas de elevada qualidade, incluindo imagens funcionais que podem ser determinantes para a avaliação pré-operatória. Permite ainda realizar, com maior rapidez e eficiência, estudo RM de corpo inteiro para avaliação oncológica.

Egídio Machado, Médico Neurorradiologista

Inócuo e indolor

Um exame de Ressonância Magnética (RM) não tem risco conhecidos para a saúde humana e é completamente indolor. A RM é uma técnica de imagens que se baseia em ondas de radiofrequência, dentro de um forte campo magnético. É essa caraterística que explica porque todos os objetos metálicos devem ficar no exterior. Os portadores de próteses ou implantes de última geração não estão impedidos de fazer este exame, contudo, devem alertar a equipa de radiologia dessa situação.

A captação de imagens exige que a pessoa fique imóvel dentro de um arco e não raras vezes, há algumas queixas de claustrofobia. Com o novo equipamento de RM, o arco é maior, pelo que a probabilidade de sensação de claustrofobia diminui consideravelmente, tal como a duração do exame que, ao invés dos habituais 30 minutos, poderá ser feito num período de 15 a 20 minutos.

Mama com mais capacidade de diagnóstico 

A mamografia digital 3D com tomossíntese melhorou a possibilidade de deteção do cancro da mama. Agora junta-se a alta resolução que a RM 3 Tesla proporciona, com as imagens de alta resolução de eventuais lesões tumorais, mas também nos tecidos adjacentes. Acrescente-se ainda que o novo equipamento, acoplado com uma bobina específica permite realizar biópsias dirigidas por RM. A precisão aumenta.

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