É uma articulação perfeita e envolve um trabalho em equipa fantástico entre estrutura óssea, muscular e tendões, mas existem resistências, impactos ou hábitos que causam estragos na articulação que tem o maior eixo de movimento: o ombro. O envelhecimento, traumas de impacto ou movimentos repetidos podem estragar este movimento perfeito.

Há um caminho que a articulação do ombro pode percorrer até chegar à limitação de movimentos. Damos conta de que pode existir um problema quando por exemplo: dormir de lado, causa dor no ombro; no dia-a-dia quando nos viramos para apanhar a carteira que deixámos no banco de trás do carro, e sentimos dor ou bloqueio da articulação.

Os movimentos dos ombros vão ficando limitados, os tecidos sofrem vários processos inflamatórios e entram num processo degenerativo que, com o passar dos anos, vai provocando uma diminuição da elasticidade. A articulação deixa de trabalhar em equipa, há resistências, dores e limitações de movimentos. A atividade que antes era fácil e banal deixa de o ser. A rotação deixa de ser um movimento simples, fácil e vulgar e o ombro pode começar a “congelar” paulatinamente.

Reparação guiada por fibra ótica: Artroscopia como solução

Alguns problemas do ombro podem ser tratados através de medicação, fisioterapia ou alteração dos hábitos de vida mas, outras vezes, é necessário recorrer ao tratamento cirúrgico. Hoje, existem formas e técnicas recentes que permitem resolver quase todas as doenças desta articulação através de métodos menos invasivos, como a artroscopia. Qualquer que seja a razão do problema, a artroscopia é atualmente o melhor método para o diagnóstico, e para o tratamento de determinadas patologias, permitindo explorar o interior da articulação, através de pequenas incisões na pele, ao mesmo tempo que se soluciona o problema utilizando instrumentos específicos.

A artroscopia do ombro é um método que permite diminuir grandemente as complicações, com claras vantagens quando comparada com a cirurgia clássica, nomeadamente ao nível das cicatrizes e lesões nos tecidos adjacentes. Uma das grandes vantagens da artroscopia é a capacidade que o cirurgião tem de realizar tratamentos através de incisões muito pequenas. Normalmente 2 ou 3 incisões, com meio centímetro cada, são suficientes, para diagnosticar e reparar a lesão. É através destas pequenas portas de entrada que entra a fibra ótica necessária para que a intervenção seja guiada por imagens que são visualizadas em direto pelo cirurgião.

Dependendo de cada situação, a cirurgia poderá ser feita em regime de ambulatório ou com um tempo de internamento de um a dois dias no máximo. O reinício dos movimentos está dependente da situação que causou o problema e do tratamento efetuado, devendo sempre ser seguidas as orientações do cirurgião e do fisiatra se for caso disso. Por se tratar de uma artroscopia, com pouca agressividade, nem sempre é necessário recorrer a fisioterapia, embora isso deva sempre ser decidido e conversado com o cirurgião.

Francisco Agostinho
(ortopedista)

Para ler o artigo na íntegra consulte a Revista Olhares

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