Não é para todos e para evitar os riscos e/ou complicações, é necessário cumprir os requisitos que levam ao sucesso. A correção a laser da miopia, hipermetropia e/ou astigmatismo tem exigências que não podem ser menosprezadas

O sucesso da cirurgia de correção do erro refrativo por laser está diretamente relacionado com os critérios de seleção do doente e, se assim for, os resultados serão excelentes. No entanto, nem todos os doentes que usam óculos são candidatos a este tipo de cirurgia refrativa. Há exigências que garantem o sucesso e a segurança desta intervenção. Escolhemos oito.

1 – Primeiro que tudo, é necessário avaliar se o olho é saudável. Isto é, se não existe nenhum sintoma ou patologia que possa fazer duvidar da robustez desse olho que será objeto de uma correção ótica. É desejável ter um olho perfeitamente saudável antes de pensar numa correção por laser. A consulta de avaliação e os exames de diagnóstico vão dar uma resposta a esta primeira exigência.

2 – A correção do erro refrativo baseia-se numa “remodelação” da córnea, pelo que é necessário ter uma espessura corneana adequada para poder ser elegível para esta cirurgia. Quantas mais dioptrias tiver que corrigir, mais espessa terá que ser a sua córnea, para poder ser um bom candidato/a à cirurgia.

3 – A sua pupila tem um tamanho, pequeno, normal ou grande? Se for muito grande pode não ser o candidato ideal, tão só porque numa situação de baixa luminosidade, a tendência será para que a pupila abra demais, o que pode provocar o aparecimento de halos e uma deformação da imagem.

4 – A quantidade de dioptrias deve estar dentro de certos limites. Em erros refrativos demasiado elevados (exemplo > 8 dioptrias de miopia), a cirurgia pode-se tornar menos previsível, porque ao retirar mais tecido da córnea, pode-se estar a criar espaço para surgirem complicações. Se o seu erro refrativo for demasiado elevado, será melhor optar por outro tipo de cirurgia (como o implante de lente intraocular fáquica) ou pelo uso de lentes de contacto ou óculos.

5 – A idade também conta e se esta cirurgia visa corrigir o erro refrativo, será mais seguro que seja feita após os 21 anos de idade, uma vez que é mais expectável que o erro tenha estabilizado. Não existe uma idade mínima ou máxima para efetuar esta intervenção, contudo é preciso estar ciente que este procedimento se destina maioritariamente a corrigir a visão de longe, removendo a necessidade de óculos. Se for efetuada depois dos 40 anos de idade haverá necessidade de usar óculos para ver ao perto.

6 – Há quanto tempo não muda de graduação nas lentes? Usualmente é necessário um mínimo de estabilidade refrativa, sendo aceite que 24 meses é um período aceitável.

7 – É saudável? Certas doenças como a artrite reumatoide, síndroma de Sjogren ou diabetes tipo 1, podem ser decisivas para ser candidato/a ou não para este tipo de cirurgia, pelo menos, se estas patologias não estiverem devidamente controladas. Acrescente-se ainda que alguns tratamentos não são desejáveis (imunossupressores), pois podem atrasar o processo de cicatrização da cirurgia LASIK.o

8 – Está grávida ou espera vir a estar num futuro muito próximo? As alterações hormonais podem alterar a formação da córnea e levar a alterações na sua refração. É aconselhado que as suas hormonas e refração tenham retornado ao normal, para voltar a ser candidata a esta cirurgia.

Se todos os critérios forem cumpridos, poderá ser um ótimo candidato/a para este procedimento cirúrgico. No entanto, e apesar dos resultados visuais serem na sua grande maioria excelentes, é necessário ter presente que podem existir riscos e complicações.

Armando Pimenta Leal

(Médico Oftalmologista)

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