Protege-nos dos traumas físicos, dos vírus, das bactérias, do calor, do frio… mas só costumamos olhar para a cor à superfície. Para lá da epiderme, há mais duas camadas que completam o maior órgão do corpo humano, a pele
Somos atraídos pela cor à superfície ou tão só pela quantidade de rugas, que pode ajudar a avaliar a idade de uma pessoa. Nem sempre conhecemos muito bem este órgão, o maior do corpo humano e que chega a pesar entre 4 a 9 quilos. A cor da pele pode variar entre o quase preto e o quase sem cor, mas que parece ser rosa, por reflexo dos vasos sanguíneos. Mas a cor é apenas um detalhe, que varia de acordo com a quantidade e tipo de melanina, o pigmento que dá cor à pele, seguindo a linha genética de cada um de nós.
Definida como o maior órgão do corpo humano, com quase 2 metros quadrados e 4 a 9 quilos de peso, a pele é também um órgão fundamental à sobrevivência, não só porque atua como uma capa protetora conta agentes, como vírus ou bactérias, mas também porque é responsável pela regulação térmica de todo o corpo e ainda pela função excretora de substâncias que o organismo humano precisa eliminar.
A camada mais superficial da pele, a epiderme – sempre mais fina nas mãos do que nos pés – funciona como barreira de proteção para todo o organismo humano. É a epiderme que promove a sensação de tato, tão essencial à nossa segurança e bem-estar, razão porque em apenas um centímetro de pele podemos encontrar mais de 60 pequenos músculos, ligados a outros tantos pêlos, mas também dezenas de milhões de células, glândulas e ainda várias dezenas de recetores de calor e frio. Tudo, num único centímetro de pele.
As células da epiderme estão em constante renovação e também por isso, as células velhas e mortas são frequentemente renovadas, na maior parte das vezes impercetivelmente. O pigmento que dá cor à pele, a melanina, encontra-se na epiderme, tal como aquilo que se designa de anexos cutâneos, como as unhas e os pelos, estruturas de proteção, a que se juntam as glândulas que ajudam a regular a temperatura corporal e que também produzem e/ou eliminam a oleosidade na pele.
As chamadas fibras de colagénio, tal como as fibras elásticas, que conferem resistência e elasticidade à pele e que se alteram como o avançar da idade não estão à superfície, mas sim na derme, a segunda camada da pele. É também aí que se localizam os vasos sanguíneos e as terminações nervosas para que a pele e o corpo humano possam comunicar entre si.
Abaixo da epiderme e da derme, está a camada mais profunda, a hipoderme, que também funciona como um depósito de calorias, graças à presença de células específicas de gordura que nos protegem sempre que o nosso corpo sofre um embate físico.
Se é seca, gorda, mista ou sensível, porque uma pele normal em pessoa adulta é quase inexistente, são características a que alguns de nós tenta estar atento, pelo menos no momento da compra de produtos/cremes. Mas, há muito mais vida para lá do que é visível à flor da pele. Estragar tudo isto, implica desorganizar a porta de entrada e de proteção do organismo humano.
Evelina Ruas (Médica Dermatologista)
Deixar um Comentário
Muito interessante.
ReplyAssim como é muito apropriado ter, nesta altura do ano, informação aprofundada sobre a nossa pele, sugiro que também se dê informação acerca dos efeitos do sol e da claridade excessiva nos olhos e na pele. Os vossos artigos são sempre muito úteis e esclarecedores, pelo que muito agradeço este vosso importante contributo para o nosso conhecimento. O problema do sol e da claridade nos olhos causa-me grande perturbação e por isso muito agradecia ter informação sobre o assunto. Muito obrigada.
ReplyBoa tarde Maria, sobre os efeitos do sol na pele, sugiro que leia este artigo, que também está no nosso site http://ccci.pt/o-que-toda-a-gente-precisa-de-saber-sobre-exposicao-solar/
ReplySobre os efeitos do sol nos olhos, o Dr. Travassos costuma recomendar aos seus doentes que não devem olhar diretamente para o sol, e para usarem proteção quando vão para a neve. Espero ter esclarecido.
Como sempre leio os v/artigos com muita atenção. Têm feito um bom trabalho relativamente na informação das diversas especialidades.
ReplyNeste momento, fico confusa em relação ao uso de um protetor solar ou não. Quem tem falta de vitamina D deve ou não usar protetor solar?
Bom dia Beatriz, o risco de contrair cancro da pele deve ser encarado sempre como elevado, razão porque se insiste tanto no uso do protector e, principalmente, em evitar a exposição ao sol entre as 11h00 e as 17h00 e não é isso que vemos, principalmente nesta altura do ano. Claro que a absorção de vitamina D é importante, e isso pode ser feito pela exposição ao sol, mas também pela alimentação. Os estudos mais recentes asseguram que não é preciso deixar de usar proteção solar para que a síntese da vitamina D se faça e, normalmente, a carência desta vitamina acontece durante o inverno e não no verão.
Reply