A temperatura estava elevada no fato espacial. A gravidade atenuada… O “planeta” azul estava distante e os pés humanos tinham acabado de tocar o solo lunar.
Numa outra nave, num velho Hospital, o Alexandre transpirava, o gelo derretia e uma vida em sofrimento agarrava-se à vida.
O Alexandre não tinha inventado nada, só estava a cumprir a sua missão, tinha jurado Hipócrates, queria afrontar os velhos do Restelo, estava a preparar uma vida para uma nova viagem de circum-navegação, à volta da ciência e dos amigos.
O Alexandre é um modelo de Médico, é um ser que acredita que os outros merecem ser restaurados pelos melhores. Vi-o cansado, soube que saltou portões, que se levantou da cama quando era necessário ou quando imaginava que o poderia ser. A insónia era transformada no projeto para a próxima cirurgia.
O Alexandre é Professor, é o exemplo. O Alexandre Furtado furtou a competência, a sabedoria e a arte a outros, para as entregar a quem precisava, os doentes.
O Alexandre é o Médico que emancipou da morte aqueles que salvou. Entre nós, é o companheiro, é o Colega, é o génio da cirurgia… É um grande Amigo.
António Travassos (Médico Oftalmologista)
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