O Homo Erectus deu os primeiros passos na verticalidade, mas dizem que a sua preguiça levou-o à extinção. Foi preciso esperar pelo Homo Sapiens para chegarmos ao que somos hoje.


Mas, manter-se de pé, não foi, nem é tarefa menor… Ficar e manter-se de pé é evolução, é equilíbrio, é processamento e transmissão de micro ordens, é mecânica, dinâmica e vontade. É também automatismo.

Hoje, nenhum de nós, antes de se desequilibrar ou cair, lembra-se que isso aconteceu porque estava de pé. E estar de pé não é só manter a verticalidade física, mais importante ainda será o aprumo mental… É ter princípios e procurar os fins. É percorrer caminhos, sofrer acelerações e desacelerações, sem cair na tentação de vencer a gravidade da ilusão, da mentira, do facilitismo, da vingança, da inveja ou da hipocrisia.

Estar de pé e em equilíbrio é ter a vontade dos crentes, dos que acreditam, que uma vida em harmonia dá trabalho árduo, é dificuldade divina, é o labirinto bem balanceado, é o cérebro a gerar inteligência.

O equilíbrio é um sentido que o corpo adquire quando está de pé e que a alma sente… Quantos conhecemos que em estado de pé, estão deformados pelas diartroses da memória e pelo futuro da inveja, da maledicência, do chico expertice… 

Estátuas eretas que rodopiam na malvadez do desrespeito, da maldade, da intolerância. O equilíbrio é um estado difícil, que o digam os eletrões, que saltam de órbita em órbita até encontrarem a estabilidade elétrica. Estranhamente são estes mesmos eletrões que mantêm o nosso equilíbrio físico e mental… Ou o desequilíbrio dos que não sabem estar de pé. 

Afinal só estamos verdadeiramente de pé quando temos a Alma em Pé e os nossos eletrões esquecem tudo. O mais (+) e o menos (-) iluminam a nossa consciência.

António Travassos
(Médico oftalmologista)

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