É seiva, é clorofila, é visão para o futuro. É acaso. Não escolhemos os avós, nem os pais. Só nos é permitida uma escolha: a da mulher / marido. Não escolhemos os filhos, nem os netos, nem todos os outros. 

Tempos houve (e ainda há?!) em que o poder de escolha estava subvertido. Ela ou ele não tinham direito a decidir o negócio. Invenções do homem, impróprias para uma selva onde a opção natural permite que a escolha.

Tamanho retrocesso civilizacional tornou-se possível quando o negócio se impôs à vontade, ao melhoramento genético e ao amor. E são estes fazedores de casamentos de conveniência que têm governado o mundo. Nenhum pobre casa por dinheiro, pode casar acreditando que o vai ganhar, com essa parceria cúmplice que é o casamento. Mas arrisca jogar num jogo de azar.

A Família não é dinheiro nem poder, é partilha – muitas vezes do que não há – de amor, carinho e generosidade. É o querer que quer, que cria, que inventa compreensão e cede com loucura o que procura com razão. É a melhor das incertezas, tecida de constantes avanços que se alicerçam num querer único, capaz de viver com amor e paz numa realização consentida e querida.

É um querer somado ao trabalho que o crer dá, à necessidade que a necessidade cria, à verdade que se associa à inteligência.

A Família é a maior e melhor viagem da vida. A que alivia com carinho a dor
e transmite os genes. Os principais fins de uma vida feliz.

António Travassos

(médico oftalmologista)

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