É uma anomalia justificada pela quantidade e pela qualidade de lípidos no sangue. Que é como quem diz, pela quantidade e pelo tipo de gordura. O risco de aterosclerose aumenta

Quando as análises clínicas aparecem alteradas, não só pelo excesso de colesterol “mau”, mas também porque sinalizam um nível elevado de triglicéridos, fica comprovada a existência de dislipidemia e são esses níveis anormais de lípidos (gordura) no sangue que alertam para a necessidade de prevenção do risco de aterosclerose.

Pode existir uma explicação genética, mas cada vez mais as alterações ou anomalias são justificadas pelo estilo de vida de cada um, ou seja, má alimentação e muito sedentarismo.

Não existem sintomas, nem qualquer dor, só na posse dos resultados das análises clínicas é que o médico assistente fica com essa informação. A anomalia irá afetar a qualidade de saúde, não só porque a gordura provoca espessamento e rigidez das artérias mas, principalmente, porque a formação de placas acaba por impedir a passagem do sangue e a necessária irrigação do cérebro e coração. O quadro pode evoluir para um enfarte do miocárdio ou para um acidente vascular cerebral. 

O tratamento ou controlo deste excesso de gordura no sangue exige mudanças no estilo de vida. A carne vermelha e os produtos de origem animal devem ser reduzidos, tal como os enchidos e os produtos pré-cozinhados, optando-se por alimentos ricos em ómega 3, como a sardinha e o salmão. Por oposição, são recomendados todos os produtos frescos, como vegetais e frutas, mas também os cereais integrais. Os fritos devem ser evitados e os hábitos tabágicos devem ser eliminados. Acrescenta-se ainda que a atividade física deve ser uma prática do dia-a-dia e, por isso, regular. São estas as alterações mínimas que a situação exige.

É sempre bom lembrar que a dislipidemia é um dos mais importantes fatores de risco de aterosclerose e esta continua a ser a principal causa de morte em Portugal.

Paulo Queiroz
(Médico, Medicina Geral e Familiar)

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