Há seis meses que falo alto em silêncio… Só para me ouvir melhor. Tenho a consciência tranquila e, simultaneamente, a minha mente está envolvida numa turbulência de pensamentos de incerteza, pelo que não controlo, pelo que não sei, pelo que quero e não quero.
E, em tempo de Covid-19 não esqueço quem me ensinou a necessidade de lavar as mãos, manter a distância, usar máscara para proteger as vias respiratórias e ter fé.
Ter fé na sorte, no acreditar, na probabilidade, nas correntes de ar. E que trabalho dá ter Fé… mesmo quando leio sobre física quântica para melhor me aproximar de Deus e encontrá-Lo encarnado na primeira partícula / onda. Sem Ele as minhas dúvidas seriam diferentes, é certo. Não acreditaria que o Universo é finito, que o infinito +1 ou -1, é infinito e que os eletrões saltam de uma órbita para outra, como se o seu e o meu destino estivessem pré-determinados.
Sem Newton, Einstein, Dirac, Descartes ou Khant e outros nunca perceberia porque uma máscara anti-Covid é inútil quando usada no pescoço para “proteger” a tiroide, ou se usada como brinco para “prevenir” que o vírus “contamine” o ouvido, ou ainda no cotovelo para atenuar a dor crónica da inveja.
Modernices de uma sociedade de loucos, não raras vezes guiada por senhores doutores à antiga, mas que na disrupção da era digital, será abalroada por novas perspetivas de ciência, de tecnologia, de arte e de filosofia. Acredito que estamos a preparar uma nova sociedade e um novo futuro para a Medicina.
Estou a falar na grandeza da Alma, da cultura, do que nos aproxima e do que nos deverá ajudar a ser amigos de uma sabedoria Humana, tão necessária para nos fazer acreditar que, com as mãos limpas e com a distância necessária, possamos deixar as máscaras da hipocrisia, da vaidade e da ignorância, para só usarmos, em silêncio, as máscaras que nos protejam da Covid-19, mas que não nos protegem da derrocada da economia e da pobreza Humana.
Use a máscara, lave as mãos e mantenha uma distância ao seu melhor amigo igual ou superior a 2 metros. Obrigado, está a zelar por todos nós.
António Travassos
(médico oftalmologista)
Caro amigo somos realmente vulneráveis mas distintos dos outros seres pelo poder de superação . A isso chamamos inteligência, mas eu creio muito sinceramente que isso é um dom divino. Pelo menos conforta-me pensar que assim é.
ReplyObrigado pelo magnífico texto.
Palavras sábias e de quem sabe.
Um abraço
Rufina
ReplyCaro Doutor,
ReplyQue texto lindo,
Obrigado
Um abraço.
Diogo
Caro Doutor Travassos, Não só o texto é belíssimo como o pensamento é de grande profundidade! Muitos Parabéns
ReplyParabens doutor. Texto com uma profundidade tal, de quem sabe, e que, muito dificilmente, se encontra nos nossos dias alguèm que consiga exprimir o que o doutor exprimiu.
ReplyNão imagina a importância que esta sua reflexão teve para mim nesta fase….quase tão importante para a alma como as suas mãos e conhecimentos para os olhos. E que bem que partilha o legado pois tenho, no infortúnio da condição, a sorte de ser assistida por uma equipa moderna de almas velhas a cuidar de mim.
ReplySaúde e mãos firmes para todos.
Fiquem bem.