A neuroreabilitação, a robótica ou a linguagem dos movimentos do corpo estão a provocar e a justificar uma nova visão da fisioterapia. Hoje, a ciência do movimento vai muito para além do tratamento de músculos e articulações. Há novas histórias para contar e é disso mesmo que queremos falar no encontro agendado para o dia 14 de novembro, a partir das 15h00, no Centro Cirúrgico de Coimbra.

Nuno Cordeiro, vice-presidente da Ordem dos Fisioterapeutas, doutorado em Motricidade Humana e Professor no Instituto Politécnico de Castelo Branco; Teresa Sousa, investigadora no Instituto de Fisiologia da Faculdade de Medicina & Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional (CIBIT/ICNAS) – Universidade de Coimbra e Rodrigo Silva, fisioterapeuta e especialista clínico na BTL Medical vão explicar as mais-valias e como funcionam as novas linguagens do movimento do corpo humano. 

Destacamos algumas das novas ideias em debate:

“Na sessão vamos explorar como a fisioterapia moderna vai muito além do tratamento de músculos e articulações. Quando ocorre uma lesão, como a de um ligamento no joelho, não é apenas o corpo que é afetado — o cérebro também muda. A forma como nos movemos, sentimos e reagimos é profundamente influenciada por essas alterações. A fisioterapia, enquanto ciência própria, estuda e intervém nestes processos de forma integrada, combinando conhecimento do corpo e do sistema nervoso. Vamos mostrar como o movimento humano é muito mais do que força — é coordenação, adaptação e inteligência corporal.

Falaremos também sobre a variabilidade do movimento, um conceito que nos ajuda a perceber se o corpo está a funcionar de forma saudável ou se está a compensar por algo. E, como a análise dessa variabilidade, pode revelar informações que os testes tradicionais não conseguem captar.” 

Nuno Cordeiro, vice-presidente da Ordem dos Fisioterapeutas.

 “O cérebro humano mantém, ao longo da vida, uma notável capacidade de adaptação, graças a mecanismos de plasticidade neuronal que permitem a remodelação funcional das suas redes. Esta reorganização pode ser estimulada por atividades cognitivamente exigentes ou por abordagens mais estruturadas em contexto clínico. Entre estas, destaca-se o neurofeedback, que combina treino cerebral com o controlo em tempo real de sinais neuronais, permitindo uma regulação voluntária de atividade cerebral específica — uma forma de estimulação neuronal endógena. O potencial desta técnica para modular redes funcionais com relevância comportamental e terapêutica tem sido amplamente estudado. Serão aqui discutidos os avanços recentes na compreensão dos mecanismos subjacentes ao neurofeedback e nas suas aplicações como técnica complementar em neuroreabilitação, integrando contributos de diversas áreas, desde a neuroimagem até à neuroengenharia.”

Teresa Sousa, investigadora na Universidade de Coimbra.

“A introdução de dispositivos robóticos, como o R-Gait e o R-Touch Elite, tem vindo a transformar de forma significativa o panorama da reabilitação, providenciando abordagens mais precisas, intensivas e orientadas para o desempenho funcional do doente. Iremos falar da perspetiva do fisioterapeuta relativamente à utilização destas tecnologias, como ferramentas complementares ao raciocínio e prática clínica tradicional. O enfoque será colocado na integração da robótica na intervenção personalizada, sublinhando o papel do fisioterapeuta como mediador entre a tecnologia e o movimento humano.

Serão discutidos os contributos destes sistemas na reeducação sensoriomotora, na quantificação objetiva dos resultados clínicos e na otimização dos programas de reabilitação, tanto em contextos neurológicos como músculo-esquelético.
Esta visão procura reforçar a importância de uma prática clínica sustentada na evidência, na inovação e no trabalho multidisciplinar, com o objetivo último de maximizar o potencial funcional e a qualidade de vida dos doentes.” 

Rodrigo Silva, fisioterapeuta e especialista clínico na BTL Medical

O Bastonário da Ordem dos Fisioterapeutas, António Lopes, encerra este encontro

A entrada é gratuita e aberta ao público em geral, mas a organização solicita uma confirmação de presença, enviando apenas um email para comunicacao@ccci.pt 

Deixar um Comentário