Não é o início de uma anedota sobre louras, é o início do que somos, enquanto espécie. Cada vez que olhamos, ouvimos, andamos, mexemos um braço, um dedo, ou sempre que sentimos emoções, raiva ou ternura, há uma conversa entre neurónios. Esta complexa teia de comunicação existe dentro da nossa cabeça.

O cérebro raciocina recorrendo a centenas de milhares de células nervosas e o colossal número de mensagens anda de neurónio em neurónio. Eles não se tocam, comunicam por cargas elétricas, as sinapses, graças a umas proteínas, os neurotransmissores, que trabalham como mensageiros químicos.

Existem neurónios que já sabem o que têm de fazer, com padrões definidos pela experiência, como falar, andar, mas há outros neurónios que são criados pela nossa própria experiência, porque a todas as outras singularidades do nosso cérebro, devemos juntar mais uma, a plasticidade.

Confirmada esta singularidade, a ciência facilmente percebeu que os nossos comportamentos formam-se de acordo com as informações que os neurónios recebem. É aqui que a emoção ganha um papel principal neste novo filme que hoje se exibe sobre o nosso cérebro. Hoje, a neurociência acredita que é o afeto que vai ajudar a decidir a importância e a permanência de um registo na nossa memória.

Enquanto esteve a ler este texto, os seus olhos enviaram a mensagem ao cérebro e cada uma das letras foi traduzida em centenas de milhares de sinais elétricos que, por sua vez, dispararam milhares de mensagens, até chegarem a uma área que reconheceu as letras e organizou as palavras. Em simultâneo, uma outra área do cérebro atribuiu um significado a estas palavras, ao mesmo tempo que comparava com outras informações armazenadas na memória e outras que chegavam no imediato sobre o espaço ou o ambiente onde estava a ler este texto. Deu conta de todas estas tarefas? Não.

É assim que funciona o nosso cérebro. Os biliões de células nervosas, os nossos neurónios, conseguem trabalhar ao mesmo tempo e no imediato na procura de uma solução para um único problema, neste caso, como compreender o texto. É este método de trabalho paralelo e em simultâneo que dá inteligência à espécie humana.

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