Há momentos que marcam a história da Humanidade. 3 de abril de 1974 foi um deles. O transístor abriu o caminho do futuro. Ficámos todos a ganhar, até a medicina

A primeira conversa com um telemóvel aconteceu há 50 anos, a 3 de abril de 1974, entre Martin Cooper e Joel Engel. A tecnologia era diferente da atual, é certo, mas na base estaria aquilo que deu a volta ao Mundo, o transístor. Há momentos que marcam a história do Homem e este foi um deles. 

Os semicondutores que compõem os transístores deram lugar à aceleração tecnológica, a maior que já aconteceu até hoje, e tudo em poucas décadas.

Amplificar a corrente elétrica ou impedir a sua passagem são as duas funções básicas de qualquer transístor. Os satélites, a informática, os eletrodomésticos inteligentes, o digital e … a medicina ficaram dependentes destes mesmos transístores e por isso a história moderna foi radicalmente diferente do que era expetável. 

Os telemóveis tomaram conta das nossas vidas e, se os primeiros eram verdadeiros “tijolos”, com uma bateria que durava apenas 30 minutos, depressa se emanciparam, ficaram mais autónomos, “emagreceram” e passaram a integrar a imagem de alta resolução, mas também a velocidade de processamento de dados. Claro que contaram com ajudas de novos e reformulados transístores, que foram encolhendo de tamanho.

A chave da evolução tecnológica reside nestes dispositivos semicondutores, que abriram portas à comunicação móvel e por satélite, à informática, ao digital, à inteligência artificial e que também mudaram a medicina.

A prática médica e todos nós ficámos a ganhar. Importa sublinhar que a ressonância magnética, a TAC, a instrumentalização das cirurgias – como a vitrectomia em oftalmologia e a robotização (mais recentemente), são uma consequência dessa mesma evolução tecnológica, que começou com o transístor.

Desde então o mundo mudou e os transístores estão a ficar cada vez mais “inteligentes”. A microeletrónica é a nova era que está já aí. Bem-vindos!

António Travassos
(Médico Oftalmologista)

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