A esperança média de vida a aumentar e o excesso de peso são dois dos indicadores que nos ajudam a compreender as causas do desgaste da articulação do joelho. Há 45% de risco de a artrose no joelho se desenvolver e a cirurgia continua a ser a solução para recuperar o que se perdeu

Hoje, o risco de desenvolver uma artrose no joelho é de 45%. Seja pelo aumento da esperança média de vida, seja pelo excesso de peso, ou tão só porque há um desvio no alinhamento do membro ou sequelas de fraturas e de lesões, entre outras causas. O processo degenerativo deve-se ao desgaste progressivo da cartilagem e dos meniscos. E quando o joelho falha, falha quase tudo. Os sinais começam com o inchaço localizado, dor, falta de firmeza e, claro, limitação dos movimentos.

A dificuldade ou a falta de mobilidade vai acabar por mudar a vida dessa pessoa.

O tratamento pode começar por tentar retardar a evolução da artrose e aliviar apenas os sintomas, porque a solução definitiva acaba por ser cirúrgica e, nos últimos 40 anos, a artroplastia tem sido a solução. Neste espaço de tempo a própria técnica foi evoluindo, numa tentativa de devolver a qualidade de vida ao doente, restaurando a articulação e, simultaneamente, proporcionando uma maior longevidade da prótese que é aplicada.

Foram desenvolvidos novos materiais, novos sistemas de instrumentação para um melhor desempenho funcional da prótese. É a mão do cirurgião e a sua experiência que acaba por ditar o resultado final de uma artroplastia. Ou seja, apesar de toda a panóplia de novos materiais, o resultado da restauração da articulação e a otimização da função fica muito depende da mão humana e da experiência/treino do cirurgião.

Certo é que 15 a 20% dos doentes que são submetidos a uma artroplastia do joelho não estão satisfeitos. Melhorar e afinar todas as variáveis que possam intervir no sucesso final tem sido a alavanca motivadora para o desenvolvimento da cirurgia robótica.

Os robots já revelaram capacidades para otimizar intervenções. Primeiro na oftalmologia com a cirurgia refrativa e, mais recentemente, na área da urologia e da neurocirurgia. Chegou agora a vez da ortopedia e o Mako foi concebido para ajudar a chegar à perfeição.

Pedro Marques
(Médico Ortopedista)

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