A Medicina só progrediu de forma exponencial quando a tecnologia penetrou o corpo humano sem dor, incisões ou sofrimento. O caminho foi aberto nesse dia


Hoje, para cada futuro que desejamos criar, temos primeiro de aprender a imaginá-lo. Analisar o presente é uma “ trabalheira”. Faz-nos perder tempo – o recurso mais valioso de que dispomos – e leva-nos a acreditar que foi com o passado que nos tornámos mestres sabedores. Mestres carpinteiros, torneiros, mecânicos, pintores, médicos…

Depois, ainda acreditamos que as marcas de luxo produzem os melhores carros, porque lixam a chapa à mão, pintam-nos com uma pistola e selecionam operários experientes e míopes – porque não necessitam de óculos para verem bem ao perto. Esquecemo-nos que tudo isso ficou no passado. Todas estas marcas de automóveis sobrevivem hoje porque foram compradas por outras, que anteciparam o futuro e criaram novas linhas de montagem que, posteriormente, passaram a utilizar a mão humana e o robot.

A Medicina só progrediu de forma exponencial quando a tecnologia penetrou o corpo humano sem dor, incisões ou sofrimento. A ecografia, a ressonância magnética ou a tomografia (TAC) são exames de extrema utilidade, para podermos compreender a doença e orientar as opções terapêuticas.

A Tecnologia abraçou a Ciência e criou o que um Filósofo de História poderá chamar de “ realidade objetiva”, a realidade que hoje usa a inteligência artificial e a mecânica quântica, com a certeza que assim se chega a melhores resultados e menor sofrimento. E hoje, os robots já são capazes de operar a miopia, a próstata, os joelhos…

O caminho foi aberto. Ficamos todos melhor quando conseguimos melhorar a mobilidade, mas também a visão ou quando podemos correr uma maratona sem canadianas ou sem cadeira de rodas e – por lado – quando conseguimos evitar os constrangimentos da necessidade de nunca estar muito longe de uma casa de banho.

A Tecnologia é a pedra de toque para a Humanização da Medicina e o seu uso rigoroso e despido de emoções será confirmado pela inteligência única e mais antiga do Universo, a do Homo Sapiens,

António Travassos
(Médico, Oftalmologista)

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