Que a sua cirurgia é uma forma de arte, já todos sabiam, mas que – para além do restauro de olhos -há outras peças que nascem com estas mesmas mãos, nem todos sabem. Bem-vindos ao outro lado da vida do cirurgião oftalmologista

Quem o conhece de perto, sabe bem como se define: um restaurador da obra de arte que é o olho humano. Só que, para lá do bloco operatório, António Travassos vive uma outra paixão, a das flores de jardim… As “sementes” saem de pequenas peças de barro de Paulo Carvalho, Carrilho Lopes e Bordalo Pinheiro, ou outros que encontra à beira da estrada. 

Nestes jardins têm vindo a crescer papoilas, jarros, malmequeres, borboletas … Escolhida a “semente”, começa o trabalho de criação. Porque as flores não podem ser plantadas ao acaso. Há que perceber qual a luminosidade do local, a exposição ao vento e às intempéries atmosféricas e é consoante esse local ou jardim que as peças têm que ser trabalhadas e assentes em estruturas que permitam que esvoacem ao sabor do vento, sem que se melindrem com a intensidade. 

Detalhes, dirão uns, mas para António Travassos, é muito mais que isso, é dar vida a um jardim que constrói com as próprias mãos e se a peça quiser esvoaçar, ou avoaçar, ela deve ter condições para isso mesmo. O suporte, a base e uns quantos parafusos, tachas e molas, vão permitir essa fantasia de qualquer planta de um qualquer jardim. 

O resultado final tem uma enorme vantagem, estas flores e/ou jardim não precisam de rega.

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