Aproveita-se a transparência inerente à visão, para descobrir novas histórias ou alterações que, mais tarde ou mais cedo, podem danificar a qualidade do que vemos. Mas, não só, hoje, os novos equipamentos de diagnóstico de oftalmologia também podem captar sinais que indiciam desequilíbrios noutras áreas do nosso corpo

O oftalmoscópio começou a ser progressivamente substituído. Hoje, o oftalmologista, já quase não procura as histórias do fundo do olho com o foco de luz, fixado na testa. A imagem de marca mudou. Hoje, são a física e a matemática que dão novas certezas e suporte à leitura que se pode fazer do fundo do olho. Os novos equipamentos acrescentaram novas leituras às capacidades de diagnóstico e não estranhe se consultar o médico oftalmologista e ele o encaminhar para outra especialidade.

A tuberculose, alterações neurológicas, doenças reumáticas, toxoplasmose e a hipertensão, são situações que podem ser detetadas com equipamento de diagnóstico de oftalmologia, ainda antes que alguns dos sintomas destas doenças ou alterações se manifestem noutra área do organismo. Os exames de diagnóstico de Oftalmologia aproveitam a transparência, própria do olho humano, para conhecer as histórias que começam a ser traçadas no fundo ocular. Para se chegar lá, usa-se o mesmo percurso feito pela imagem captada pela nossa visão. A transparência de meios e a luz que se projeta.

A diabetes é uma situação que deixa marcas visíveis no fundo ocular, com as alterações que provoca nos vasos sanguíneos, mas também a hipertensão arterial. Em ambos os casos, se a doença primária não for tratada serão vários e múltiplos os problemas que podem surgir na retina. As oclusões vasculares são distintas das situações anteriores porque surgem de um modo súbito e sem dor. A acuidade visual do doente é afetada, mas não só, porque a situação está quase sempre relacionada com outras doenças como cardíacas, diabetes ou hipertensão arterial sistémica, entre outras. O glaucoma e a degenerescência macular são situações que provocam alterações oculares irreversíveis que só podem ser reveladas num exame completo do fundo do olho. Não raras vezes, o oftalmologista ainda pode detetar no fundo ocular efeitos da tuberculose, uma situação clínica em que a visão é a única afetada.

Nas crianças, a retinopatia do prematuro está entre as principais causas de cegueira infantil. O baixo peso e a prematuridade são a explicação para algumas das situações que podem ser corrigidas, desde que avaliadas no tempo certo, pelo estudo do fundo do globo ocular.

 

Oftalmologia reforça equipamento de diagnóstico

 

O Centro Cirúrgico de Coimbra reforçou a sua capacidade de exames de diagnóstico de oftalmologia com a instalação de mais um optomap, o equipamento que permite a captação e visualização de toda a retina. O primeiro equipamento deste género, na altura o único no país, foi instalado em março de 2009 mas, a necessidade de documentar bem todos os doentes que nos procuram e a importância deste tipo de exame para se chegar ao melhor diagnóstico, são razões mais que suficientes para justificar a opção pelo reforço, duplicando o optomap.

O equipamento é um retinógrafo de última geração, que permite realizar retinografias, o único tipo de exame que possibilita captar imagens da retina em tempo real, sendo por isso um exame base para a avaliação de qualquer alteração no interior do olho humano. A esta capacidade e característica, o optomap acumula ainda a enorme vantagem de captar, numa só imagem, uma visualização da retina, em que cada imagem tem um ângulo de 200 graus, abrangendo assim as extremidades periféricas e ultrapassando as limitações dos retinógrafos normais, que não vão além dos 50 graus de ângulo de captação. As imagens do exame são fornecidas a cores e podem ser valorizadas com a separação da cor, o que permite visualizar as diferentes camadas da retina.

Este optomap recorre a um sistema de varrimento por laser e apresenta-se como um sistema versátil, permitindo ainda a captação de imagens de angiografia, um outro exame de diagnóstico necessário sempre que se pretende conhecer o comportamento dos vasos sanguíneos, mas também a captação de imagens em autofluorescência, revelando eventuais lesões no epitélio pigmentado. Com este exame de diagnóstico, o médico oftalmologista poderá intervir mais cedo, solucionando determinadas patologias, antes que evoluam para uma situação mais grave, quando já surgem alterações na visão central.

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