Depende da idade. Nos primeiros 12 meses de vida não se recomenda nenhum tipo de protetor e, consequentemente, a exposição ao sol deve cumprir todas as regras e cuidados de proteção. Depois, é preciso ter a noção que os protetores à prova de água ou de écran total não existem, são um mito
Há perigo em alguns protetores solares para crianças. Primeiro porque não
existem protetores solares de “écran total”, tal como não existem protetores “à prova de água”, mas junte-se ainda outros alertas, porque, se a criança tiver menos de 6 meses, não é de todo recomendado o uso de protetor solar, seja ele qual for. A imaturidade e a maior sensibilidade da pele na infância é a justificação para não aconselhar o uso de protetor. E se uns especialistas dizem que nos primeiros 6 meses não está recomendado o uso de protetor solar, outros optam pelo primeiro ano de vida, um período em que a barreira cutânea da criança ainda é muito imatura.
Claro que o sol tem benefícios, mas também já todos sabemos que uma exposição direta exige cuidados e proteção, principalmente com as crianças. E no primeiro ano de vida a exposição direta ao sol é sempre de evitar, principalmente entre as 11 e as 17h00. Fora deste período de maior perigo, as crianças podem e devem andar ao ar livre, mas com um vestuário adequado, com chapéu, roupa larga e comprida (que cubra as áreas expostas) e, claro, protetor solar, adequado à idade e ao tipo de pele. Estes cuidados são de importância maior nas crianças, não só pelas consequências a longo prazo, como um envelhecimento prematuro da pele, mas principalmente porque sabe-se hoje que uma queimadura solar na infância duplica o risco de mais tarde devolver um cancro de pele.
Isto porque se até ao ano de idade, os dermatologistas não recomendam o uso de qualquer protetor, a partir dessa idade e em idade pediátrica, é opinião unânime que o produto a usar deve ser mineral ou com filtros físicos, pela menor possibilidade de absorção dos compostos. Contudo, não é recomendado o uso de um protetor em spray, pela possibilidade que existe de a criança inalar os aerossóis.
Nunca é de mais lembrar que o protetor solar deve ser aplicado em todo o corpo e as zonas como, orelhas, pescoço e mãos não devem ser esquecidas. Lembre-se que, mesmo à sombra, a radiação UV atua e reflete na maioria das superfícies, razão porque sublinhamos que, mesmo à sombra, ninguém está protegido.
Devemos ainda ter presente que quando frisamos a necessidade de cuidados e proteção, as recomendações que se fazem não são apenas para as idas à praia, devendo por isso abranger todas as brincadeiras ao ar livre, bem como as atividades desportivas.
Evelina Ruas
(Médica Dermatologista)
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