Os termómetros infravermelhos são seguros e a utilização de máscara também, aliás, sem máscara todos ficaríamos muito mais expostos. É certo que acreditamos na ciência, principalmente quando precisamos dela mas, não raras vezes, deixamo-nos levar pelo oposto. As fake news (notícias falsas) estão nesse lado escuro da verdade. O bom senso ajuda a distinguir

À pergunta: Os termómetros infravermelhos são seguros? A resposta é sim. Não queimam neurónios, nem tão pouco emitem radiação ou afetam a glândula pineal, aquela que o filósofo Descartes descrevia como o ponto de união entre o corpo e a alma.

A dúvida que se instalou e que ainda permanece em algumas mentes resultou de uma fake news, que foi ganhando adeptos, até porque, “A mentira corre mais do que a verdade” (provérbio português).

Não é de hoje que usamos infravermelhos, a Medicina já o faz desde os anos 50, mas também é certo que os termómetros infravermelhos generalizaram-se agora, no pós-COVID- 19, tão só porque são práticos e leem a temperatura sem necessidade de tocar na pessoa.

Para que o valor seja fiável, a leitura deve ser feita na testa e o termómetro só funciona porque recebe a radiação térmica que o corpo humano emite. Resumindo, estes termómetros absorvem radiação, não a emitem. Mais importante é saber se o aparelho que está a ser usado está ou não certificado para cumprir esse objetivo.

Não menos importante é também a relação que algumas pessoas pretendem estabelecer entre o uso de uma máscara e a concentração de dióxido de carbono. É verdade que as máscaras podem reter dióxido de carbono, mas (há sempre um mas…) se usadas durante muito tempo e se o seu filtro for elevado. Isso acontece mais com os profissionais de saúde, que usam a máscara durante várias horas e com um filtro para partículas muito pequenas, com capacidade superior a 90% / (como acontece com as máscaras FFP2 e FFP3).

No caso das máscaras comunitárias ou cirúrgicas, a capacidade do filtro é menor (cerca de 70%) e este equipamento só filtra as partículas maiores (gotículas). Neste caso, a retenção de dióxido de carbono é muito menor. Mas, dizer que as máscaras podem reter dióxido de carbono e dizer que provocam hipercapnia (aumento dos níveis de dióxido de carbono no sangue) vai uma distância enorme. A primeira é verdade, a segunda é mentira e, de outra forma não poderia ser.

Se a quantidade de concentração de dióxido de carbono fosse significativa, existiria dificuldade respiratória, e isso não acontece. Tal como não se verifica a hiperventilação, um mecanismo que é acionado como forma de compensação.

Vamos parar para pensar. Se a utilização de máscaras fosse mesmo prejudicial e se existisse sequer o risco de dificuldade respiratória ou de elevada concentração de dióxido de carbono, um cirurgião nunca poderia usar máscara, sob pena de perder o estado de consciência… Concluindo, há retenção sim, mas com valores sem significado.

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